quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Pensamentos...

É aquele vazio costumeiro. Aquele que você não sabe explicar nem pra si mesma e que talvez já esteja se cansando de tentar explicar pra outras pessoas. É aquela vontade de pedir ajuda mais uma vez, mas o medo de se ferir ainda mais, faz com que você congele exatamente no mesmo lugar. Pois no fundo, você acha que só você mesma pode se salvar, mas gostaria de ajuda. Ao menos uma mãozinha. Ela não precisa ter muita força pra te puxar. Na verdade nem precisa tentar te puxar. Só precisa ficar ali. Você só precisa sentir que tem uma mão pra segurar e que ela não vai te machucar de nenhum jeito. Você só quer ouvir algo como “Eu estou aqui, pode falar”, mas ao mesmo tempo você não quer ouvir isso e ser ignorada. Você precisa que se importem e não que digam frases clichês por obrigação. Você quer sentir que faz falta e que gostam de você. Só isso, se sentir importante. Mas parece estar pedindo demais. Parece que você não é digna disso.
O vazio de querer tudo e ao menos tempo não querer nada. Não conseguir nada. Planejar um mundo inteiro pra si, mas não sair do lugar. Por que você simplesmente não consegue dar continuidade a nada. Os teus projetos parecem morrer da mesma forma que você se sente morrendo a cada dia que se passa. Eles podiam dar certo. Você tem o que mostrar pras pessoas. Você sabe que poderia acrescentar algo no mundo. Mas você simplesmente não consegue. E as pessoas só não conseguem entender que você não sente preguiça. Não é preguiça. Por favor, nunca pensem que isso é preguiça, muito menos drama. Nós apenas não conseguimos. Os dias passam, as dores aumentam, continuamos nos cobrando e acreditando que vamos conseguir fazer algo. Mas as ações simplesmente não acontecem. Nada parece bom o suficiente, perdemos o interesse até mesmo para coisas que queríamos tanto e que finalmente parecem estar dando certo. Os amores parecerem secar. Os sentimentos somem até que nos sintamos máquinas apenas programadas pra viver. Pois o respirar é automático, assim como aquele pingo de esperança que por vezes nos faz acreditar que tudo vai dar certo algum dia.
Aquele vazio de não sentir fome e decidir que não precisa comer. Mas depois de algumas horas sentir dor de cabeça e ter que lidar com um estômago em crise. E então comemos. Enchemos um prato e comemos absolutamente tudo. Se duvidar até vamos repetir algumas vezes. E então as dores voltam. Parece que o alimento trava em nossa garganta, nos sentimos culpados por ter comido. Pois não estávamos com fome. Mas nos sentimos culpados por pensar que não precisamos comer. É claro que precisamos comer… mesmo sem fome nenhuma. O vazio nunca vai ser preenchido com comida. Se fosse assim, eu estaria feliz por aí e não aqui sentindo tudo isso.
O vazio de querer contar algo pra alguém mas não ter quem. De não se sentir importante. De sentir que a vida de todos anda melhor sem você. É querer encontrar alguém, não importa quem, mas seria bom se fosse alguém que você ainda ama, e não precisar pedir socorro. Se iludir que esse alguém pode olhar pra você e te amar de um jeito tão bonito, que talvez isso seja o suficiente pra você ser salva. Mas até mesmo aqui o vazio continua se fazendo presente. Talvez já exista alguém que ame você, da maneira dele, mas você só não consegue se sentir amada. Porque? Por que você tem medo de tudo. Se sente tão destruída, que parece impossível alguém se interessar por esse monte de cacos espalhados pelo chão que se chama você.
É o vazio de não se sentir. De não se sentir nada. É o vazio que te faz ser o vazio.

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